A gente, no fundo, só quer ser feliz

Com o apelido de "imperador", fama, dinheiro, mansão em Milão, iate, mulheres lindas, o que mais o jogador Adriano poderia querer? Andar descalço e soltar pipa na favela onde nasceu. Muitos o criticaram quando ele optou por dar um tempo na carreira e ficar no Brasil; acharam que ele estava usando drogas ou então estava com problemas psiquiátricos. 

Bom, eu não voltaria para o Aterro do Flamengo, prefiro a minha vida de mordomia que levo com a mami, mas tenho que admitir que foi preciso muita coragem para declarar publicamente este desejo. Cada um sabe onde o calo aperta, cada um sabe o que lhe faz feliz, cada um deve ir mesmo atrás da sua felicidade antes que a tristeza lhe atropele e o tempo de ainda tentar se esgote. Se nem os sonhos de padaria às vezes são como queremos, que dirá os que a vida nos apresenta. Muitas vezes aquilo com o que sonhamos não é tão bonito quando o realizamos. A imaginação ajuda a gente a fantasiar - para mais ou para menos - aqueles nossos desejos. E, às vezes podemos nos dar conta que em vez de um castelo, o que nos deixa mais satisfeito mesmo é um barraquinho - mas aí a gente já está dentro dele, com bobo da corte contratado e tudo. 

Como já dizia a música, "nós, gatos, já nascemos pobres, porém, já nascemos livres". Humanos, saibam que vocês não são completamente livres, pois estão presos às escolhas que fizeram. Como sou um felino, posso dizer que tenho sorte de ser um gatinho de apartamento, cheio de brinquedinhos, carinho, Whiskas e mimos e, ainda assim, me sentir livre. Por isso, sejamos todos livres para sonhar, desistir daqueles sonhos que se transformaram em pesadelos e ainda assim ter coragem para continuar sonhando.