T.S. Eliot (1888-1965), ao longo dos anos 30, escreveu uma série de poemas sobre gatos e deu de presente a afilhados e amigos. Ele enviava os textos por cartas, assinadas como O Velho Gambá, apelido criado por Ezra Pound (1875-1982).
Os poemas infantis narravam as peripécias de um grupo de felinos, do temível Mac Anália (o “Napoleão do crime”) ao mágico Sr. Mistófelis, passando pelo idoso Deuteronômio e o teimoso Rin Tim Tan Tam. Em 1939, amigos do escritor o convenceram a publicar Os Gatos.
Reeditado pela Companhia das Letrinhas em edição bilíngue com tradução de Ivo Barroso e novas ilustrações feitas pelo alemão Axel Scheffler, Os Gatos (R$ 34/ 112 páginas) é um pequeno clássico da graça e da sutileza. Vou pedir à mami para comprar!
Ao todo, são 15 poemas que demonstram extrema sensibilidade para com a natureza felina. Os poemas do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1948 acabaram inspirando um dos maiores sucessos da história da Broadway: o musical Cats.
GATOS E ESCRITORES
Com Os Gatos, T.S Eliot - o homem que reorganizou a poesia britânica com o livro Terra Devastada - entrou para sempre para a ilustre confrariados escritores apaixonados por bichanos. Uma irmandade numerosa e que inclui pesos-pesados das letras como Fernando Pessoa (“És feliz porque és assim. Todo o nada que és é teu”), Edgar Allan Poe, Ray Bradbury, Lord Byron, Anton Tchekov, Céline, Herman Hesse, Lewis Carrol, Charles Perrault (criador de O Gato de Botas), Raymond Chandler, Jean Cocteau, Júlio Cortázar, W.B. Yeats, Patricia Highsmith, Alberto Moravia, Balzac, Stephen King, Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles e Jorge Amado.
Gatos são, certamente, os animais de estimação preferidos de escritores e poetas. O francês Victor Hugo escrevia carinhosamente a seus peludos em um diário. O argentino Jorge Luiz Borges deixou-se fotogravar muitas vezes com sua gata branca, que adorava dormir de barriga para cima. Mark Twain compartilhou sua infância com 19 gatos e durante toda a vida nunca deixou de ter, pelo menos, dois.
O genial Ernest Hemingway dizia que os gatos eram as únicas criaturas que mereciam ser mimadas incondicionalmente. O Prêmio Nobel de Literatura de 1954, Hemingway tinha tanta paixão por felinos que chegou a ter 50, os quais deixou protegidos em testamento ao morrer, em1961. Ele determinou que os animais deveriam ser mantidos com todo o conforto por meio dos rendimentos vindos de direitos autorais de sua obra. E a sua vontade foi feita. A casa em que o autor de O velho e o Mar (1952) residia em Key West, na Flórida, virou museu e tem como principal atração 57 bem cuidados gatos, descendentes dos primeiros bichanos do escritor.
os gatos são mesmo personagens extremamente literários, né? todo escritor diz isso! que chique! miaaauuu...
ResponderExcluirAdorei esse post! Literatura e felinos? Td de bom!
ResponderExcluirBjs